O ano de 2016 foi de muitas incertezas e inconstâncias na economia e na política nacional, fatores que penalizaram diretamente todos os municípios e empresários brasileiros. Chapecó, no entanto, segue forte por sua economia baseada no agronegócio, se tornando alvo de investimentos e desenvolvimento regional dispondo de um crescimento sustentável.
Nesta entrevista, o presidente do Sindicato da Habitação do Oeste/SC (Secovi-Oeste/SC), Ricardo Lunardi, conta como o sindicato tem atuado para o fortalecimento da representatividade da classe imobiliária, avalia o setor econômico de Chapecó e projeta o que é esperado para este ano que inicia.
Em sua avaliação, quais as ações de maior relevância com as quais o Secovi-Oeste/SC esteve envolvido?
Ricardo Lunardi – Foram muitas ações desenvolvidas, mas dentre elas destaco a entrega e protocolo do Projeto de Lei que trata de Responsabilidade Urbana (Lei 0330-5/2016) que deu entrada na Assembléia Legislativa através do Deputado Gelson Merisio. Esta Lei é muito importante para salvaguardar os municípios catarinenses de ocupação de solos regulares e, por outro lado, traz mais segurança jurídica e rapidez para aprovação de parcelamentos e uso de solos irregulares. Outro destaque foi o Termo de Cooperação assinado com o Ministério Público/SC para coibir o parcelamento de solo irregular e edificações irregulares, visando colaborar para o crescimento ordenado das cidades do Estado. Também encaminhamos junto à Prefeitura Municipal de Chapecó para que sejam revistos os zoneamentos do Plano Diretor, principalmente no futuro contorno Leste. Atuamos na cobrança da taxa de coleta de lixo sobre terrenos baldios ou terrenos desocupados em loteamentos novos, na revisão da regra para cobranças das alíquotas de IPTU e também destaco a importância da parceria firmada com a Unochapecó para realização de pesquisa sobre os valores de imóveis no município.
Como o senhor avalia a representatividade que o Secovi-Oeste/SC teve para a classe imobiliária, neste ano?
Lunardi – Acho que foi um dos pontos altos, a representatividade foi muito boa, pois tivemos ações integradas com diversas Instituições como CEC, Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal, ALESC, Unochapecó, Câmara de Vereadores e Ministério Público/SC entre outras.
O Secovi-Oeste/SC e a CAIXA têm se mobilizado para preparar uma edição inovadora e mais ampla no próximo Salão do Imóvel. Como o senhor avalia a representatividade deste evento para o município e qual a perspectiva para a 13ª edição do evento?
Lunardi – Esperamos que essa edição seja a maior de todas, até porque é o ano de comemoração do centenário do município. Na edição passada, apesar do cenário nacional com crescimento negativo e o mal tempo durante os dias do evento, tivemos um evento maior do que o ano de 2015 e que deixou nossos associados e expositores satisfeitos tanto que, para esta edição, já foram comercializados diversos espaços. Quanto a representatividade estamos muito satisfeitos, pois temos no evento as principais empresas do ramo imobiliário e também contamos com a importantíssima participação da Caixa Econômica Federal, Sinduscon e da Prefeitura Municipal de Chapecó através da Secretaria da Habitação. Todos estes participantes têm uma presença muito forte e importante no cenário socioeconômico do nosso município, e a nossa feira traduz essa pujança.
Este foi um ano (2016) atípico e instável para a economia nacional, gerando dúvidas e incertezas para investidores. De que forma o senhor avalia o impacto da crise econômica e política brasileira em âmbito regional e quais as perspectivas para 2017?
Lunardi – Sem dúvida a crise econômica e política nos afetou, porém, bem menos que outras regiões do País. Muito desse desempenho deve-se por estarmos numa região em que a matriz econômica é o Agronegócio que, em todo País, teve um desempenho melhor que as outras atividades econômicas. Aqui nós tivemos um outro fator que acredito ter impactado bastante principalmente a emissão de alvarás de habite-se que, de 2015 à 2016, teve uma queda de 31%, sendo que este índice nunca tinha caído nos últimos 10 anos – isso se deve a cobrança da Lei de Acessibilidade por parte do Ministério Público à Prefeitura Municipal de Chapecó. Por outro lado, os alvarás de construção do mesmo período tiveram um crescimento de 2%. Pelas informações que temos, o País voltará a ter um índice positivo este ano e como as expectativas para o agronegócio são boas, isso deve refletir aqui. Além disso, os agentes financeiros (bancos) anunciaram valores maior de recursos para financiamentos de diversos setores, inclusive o da habitação, e isto é fundamental para os desempenhos das atividades econômicas.
Qual a previsão para o cenário do segmento imobiliário e de loteamentos na região para o próximo ano?
Lunardi – O cenário é positivo na nossa região pelos fatores que coloquei anteriormente, a nossa região é uma das boas opções de investimentos do País. Claro que aquele "boom" de desenvolvimento que vimos nos últimos anos não acredito que se repita a curto prazo, mas por outro lado, teremos um crescimento mais sustentável. As nossas empresas estão mais maduras e mais prontas do que nunca para retornar o crescimento com mais segurança para os nossos consumidores.